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Outra coisa bela nas gramíneas é sua capacidade rizomática. Um rizoma tanto pode ser rompido, partido em qualquer parte como também retoma segundo uma ou outra de suas & de outras linhas. Essa característica se combina & compõe parte da fertilidade de que se falava há pouco: corte um pedaço de grama & arremesse-o em um solo em que a planta tenha minimamente condições de sobreviver & ela muito provavelmenteo fará, não só sobreviverá o pedaço cortado como o grama do qual o pedaço foi retirado. Em pouco tempo o “buraco” na grama se fecha & o pedaço de grama se prolifera pelo novo terreno em que se encontra.

De forma similar esse Zine espera ser capaz de, mesmo fragmentado, ter vida, ser capaz de adentrar novas territorialidades & de re/des-territorializar outras tantas paragens, de provocar ações & incômodos. Molestar os metódicos, paranóicos & outros maníacos por limpeza é parte da diversão desse exercício. Permitir à vida circular através da floresta de concreto, no fluxo dos outdoors, no piscar do LEDs, nas réguas da escola, nas portas & portos, nas luzes da celas & salas, nos quadros, nas curvas das metas, nos andares das fábricas, nos faixas & feixes, & em todo uma série de ramificações arborificantes & raízes quadráticas que tendem a curva a um grau zero.

Mas não há retas! A luz que é LUZ ààààààà é curva! Ela se curva à gravidade... Talvez só a ilha não se curve, mas só em certo sentido. Divertimo-nos com a persistência com que se gasta energia para arrancar o capim à beira do asfalto, ou o mato que cresce entre os paralelepípedos & que, a revelia dos venenos, dedos & outras ferramentas que venham a combatê-lo, vai crescer outra vez... Aqui, ali, acolá, logo ali, depois da curva, sobre outra forma, noutra intensidade, exigindo outras estratégias de combate, engendrando novos devires, produzindo (r)evoluções cotidianas & incomensuráveis por ora.