[Untitled]

A grama, como vegetal que é, porta em/atravésde si o mais fundamental da vida, não só pela “simplicidade” em relação aos organismos animais, mas pela forma pura com que a “pulsão primaveril” da vida por ela se expressa, se multiplica, atravessa sua matéria & a faz ser em devir. Seu viver é do mais sedento por ar, por luz, por minerais, por nutrientes, mas ao mesmo tempo, parece aceitar a tragicidade da vida & inevitabilidade da morte. Sem com isso ser apossada por um desejo de dominação sufocante & aniquilador, fazendo do resto do mundo seu objeto de deleite; ela não captura para dispor a seu bel prazer das coisas, ela arisca cada centímetro de suas folhas, caules & raízes na tentativa de sobreviver – de ser vivente!